quinta-feira, julho 15, 2010

Um novo Sport a cada jogo


Técnico está com 100% de aproveitamento. Foto: Helder Tavares\DP\D.A Press





















Com a chegada de Cerezo, Leão ganhou um padrão de jogo mais competitivo que já resultou em nada menos que três vitórias seguidas
André Albuquerque


Um Sport completamente diferente. Assim pode ser considerada a equipe rubro-negra desde a chegada do técnico Toninho Cerezo. Com Givanildo Oliveira, o Leão jogou cinco partidas, conquistou apenas um ponto de 15 disputados e estava na zona de rebaixamento para a Série C. Depois da chegada do atual treinador, foram três jogos, três vitórias, 100% de aproveitamento e a 12ª posição na tabela de classificação.


Com Cerezo, a equipe ganhou um padrão de jogo mais competitivo e tem a característica de mudar a forma de atuar de acordo com o decorrer dos jogos, que dificulta muito a vida do adversário. Dificilmente a outra equipe consegue acompanhar o ritmo do Sport. Com os mesmos jogadores, o Leão pode atuar no 4-4-2, 4-3-3, 4-5-1 ou 3-5-2.


Essas mudanças são possíveis graças aos trabalhos realizados durante a semana. Diferente da maioria dos treinadores, Cerezo exige que os atletas treinem em diversas funções diferentes. Não é difícil encontrar um volante ou um zagueiro fazendo cruzamentos na área, ou um meia-atacante marcando nas laterais e na frente da zaga.


Um exemplo deste 'novo futebol' que o treinador está implantando na Ilha do Retiro é o volante Germano. Ele pode jogar de volante ou meia. Dependendo da situação, apoia na lateral. O mesmo acontece com o trio Dairo, Ciro e Eduardo Ramos. Eles se revezam para ir buscar a bola, cair pelas pontas ou ficar fixo na área.


O interessante é que esses mesmos jogadores não atuaram da mesma forma nas primeiras rodadas da Série B. O time era preso ao esquema tático e às posições treinadas nos excessivos coletivos. Não existia variação tática. A equipe estava limitada e 'engessada' a um estilo de jogo que não dava certo, mas era insistentemente repetido.


Além de mostrar uma nova qualidade tática, o elenco também 'voa' em campo. O departamento físico do clube ainda não tem números para comparar as condições do elenco até a quinta rodada do Brasileiro e as condições atuais. Mesmo assim, todos são unânimes em afirmar: a melhora gira em torno de 30%.


O único setor que permanece com a mesma baixa produtividade é o defensivo. O goleiro Magrão precisa fazer pelo menos três defesas milagrosas por partida devido a falhas dos zagueiros ou volantes. Nem os mais de 30 dias de trabalho foram suficientes para mudar a realidade do setor. Igor, César e Marcel ainda não se firmaram. O único reforço que chegou ao clube na Era Cerezo e que poderia resolver a situação, André Leone, se lesionou e vai ficar 30 dias fora de atividade.


O Sport antes e depois de Cerezo



As mudanças táticas


- A saída de Júlio César para a entrada de Renato fez com que o Sport ganhasse mais qualidade no ataque e se fechasse melhor quando está sem a posse da bola. O time ficou mais equilibrado com dois jogadores de qualidade nas duas laterais.


- Na zaga, Cerezo preferiu a saída de Tobi para a entrada de César. Talvez esse tenha sido a única alteração polêmica, mas ninguém pode reclamar, pois nos três jogos em que César estava em campo o Sport tomou dois gols, uma média de 0,66 gol por jogo. Nas cinco rodadas iniciais, a média era de dois gol tomados por rodada.


- No meio, o maior mérito de Cerezo. Ele conseguiu dar consistência ao setor com Tobi mais recuado como primeiro volante, Moisés saindo um pouco mais pela esquerda e Germano responsável por dar o primeiro combate e flutuar quando o time está com a bola. A equipe ficou compacta e com uma boa saída de bola, uma das dores de cabeça na época de Givanildo Oliveira.


- O esquema com três volantes deixa Eduardo Ramos, Ciro e Dairo sem a responsabilidade demarcar. Se antes eles precisavam voltar até o próprio campo para tentar tomar a bola do adversário, agora o trio se preocupa apenas em armar as jogadas ofensivas.

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