terça-feira, julho 06, 2010

Holanda vence o Uruguai no sufoco e chega à final da Copa 32 anos depois

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Robben fez de cabeça o terceiro gol holandês

Crédito da foto: Reuters

por Julio Gomes, do Green Point (África do Sul), para o ESPN.com.br


Passou longe de ser um jogo fácil. Também passou longe de ser um jogo espetacular tecnicamente. Para a nova Holanda, no entanto, nada disso importa. Sem dar show, mas mostrando-se novamente uma equipe sólida, a seleção laranja venceu o Uruguai por 3 a 2 nesta terça, na Cidade do Cabo, e está classificada para a final da Copa do Mundo.

No domingo, em Johanesburgo, a Holanda vai enfrentar ou Espanha ou Alemanha, que duelam nesta quarta em Durban. A campeã será a primeira seleção europeia na história a conquistar um Mundial disputado fora da Europa. A América do Sul, com melhores times da primeira fase e quatro representantes nas quartas de final, não tem mais chance de título.

A semifinal no Estádio Green Point teve um Uruguai, para variar, corajoso. Um time que jogou melhor do que a Holanda no primeiro tempo, mas não conseguiu criar muitas jogadas de gol pela óbvia limitação técnica de seus jogadores. A Holanda, que quase não atacou, abriu o placar com um petardo de fora da área do capitão Giovanni van Bronckhorst. Da mesma maneira, Forlán empatou - mas no chute do uruguaio houve a contribuição do goleiro Stekelenburg.

Sneijder e Robben: cada um marcou uma vez contra o Uruguai

Sneijder e Robben: cada um marcou uma vez contra o Uruguai
Crédito da imagem: Reuters

No segundo tempo, a Holanda voltou mais criativa, com Van der Vaart no lugar do volante De Zeeuw. Chegou a ser ameaçada nos contra-ataques, mas era perceptível que o gol holandês acabaria chegando. Veio dos pés do maior craque, Sneijder, agora com cinco gols no Mundial, na artilharia ao lado do espanhol Villa. Depois, Robben, de cabeça, matou a partida. Maxi Pereira nos acréscimos, em vão.

E a comemoração laranja começou imediatamente depois na Cidade do Cabo, a segunda maior de um país colonizado por holandeses no passado. Os Afrikaners, pais do Apartheid, ironicamente fazem a festa e verão no domingo a chance de a Holanda conquistar a primeira Copa do Mundo de sua história - em 74 e 78, o país foi vice-campeão. O Uruguai disputa o terceiro lugar sábado, em Porto Elizabeth, antes de voltar para casa de cabeça erguida pelo ótimo Mundial que fez, o melhor em 40 anos.

A partida

Ao contrário do que fez no jogo anterior, contra o Brasil, a Holanda não titubeou nos primeiros minutos e pressionou a ‘Celeste’. Já de cara o atacante Kuyt aproveitou rebote de cruzamento e teve liberdade para concluir. O chute saiu por cima do gol.

Em seguida, o maestro da equipe, Sneijder, arriscou de fora da área após boa trama, mas parou em um companheiro de time. A bola bateu em Van Persie antes de chegar na meta. E o gol saiu aos 18 minutos, em golaço do veterano lateral esquerdo Van Bronckhorst. O capitão do time tentou arremate de muito longe e acertou o ângulo esquerdo de Muslera. Indefensável.

Como fez nas outras cinco vitórias neste Mundial, o time do técnico Bert van Marwijk diminuiu o ritmo no restante da etapa inicial e permitiu que o rival trocasse passes e chegasse ao ataque. O máximo que os sul-americanos conseguiram, contudo, foi um chute à distância Álvaro Pereira defendido tranquilamente por Stekelenburg.

Aos 40 minutos, na primeira vez que a Celeste levou perigo, a bola entrou. Praticamente único responsável pelos lances de perigo no ataque devido à ausência de Suárez – suspenso -, Forlán carregou pelo meio e chutou com efeito. O goleiro enconstou na bola, mas não impediu o empate.

O treinador holandês tirou um volante – De Zeeuw – para colocar um atacante – Van der Vaart – no intervalo de jogo a fim de mudar o cenário da partida. Mas o primeiro time a ameaçar a meta adversária foi o uruguaio. Aos cinco minutos, Stekelenburg tentou sair do gol e se complicou. Com a meta aberta, Álvaro Pereira arriscou de longe, e Van Bronckhorst salvou em cima da linha.

A segunda boa oportunidade do segundo tempo também foi sul-americana. Forlán cobrou falta da entrada da área no canto direito de Stekelenburg, que teve que se esticar para espalmar para o escanteio. No minuto seguinte, a Holanda finalmente ameaçou. Van Persie ajeitou para Van der Vaart dentro da área e o jogador do Real Madrid chutou forte para defesa de Muslera. No rebote, o canhoto Robben, de direita, chutou longe.

Aos 24 minutos a Holanda voltou a marcar. Sneijder bateu colocado da entrada da área, Van Persie – impedido – atrapalhou o goleiro e a bola bateu na trave direita antes de entrar. O golpe de misericórdia veio três minutos depois. Kuyt cruzou da esquerda e Robben cabeceou com estilo, sem chances de defesa para Muslera.

A até então equilibrada partida passou a ter domínio holandês. Nos acréscimos, Maxi Pereira fez o segundo tento uruguaio em jogada ensaiada. Mas não havia mais tempo para o empate.

FICHA TÉCNICA
URUGUAI 2 X 3 HOLANDA

Local: Estádio Green Point, Cidade do Cabo
Horário: 15h30 (horário de Brasília)
Data: 6 de julho (terça-feira)
Árbitro: Ravshan Irmatov (UZB)
Auxiliares: Rafael Ilyasov (UZB) Bakhadyr Kochkarov (QUI)
Cartões amarelos: Maxi Pereira, Cáceres (URU) Sneijder, Boulahrouz, Van Bommel (HOL)
Gols: URUGUAI: Forlán, aos 40min do 1° tempo, e Maxi Pereira, aos 46min do 2° tempo
HOLANDA: Van Bronckhorst, aos 18min do 1° tempo, e Sneijder, aos 24min, e Robben, aos 27min do 2° tempo

URUGUAI: Muslera; Maxi Pereira, Godín, Victorino e Cáceres; Gargano, Arévalo Rios, Álavaro Pereira (Abreu) e Diego Pérez; Cavani e Forlán (Fernandez)
Técnico: Oscar Tabárez

HOLANDA: Sketelenburg; Boulahrouz, Heitinha, Mathijsen e Van Bronckhorst; De Zeeuw (Van der Vaart), Van Bommel e Sneijder; Kuyt, Van Persie e Robben (Ellia)
Técnico: Bert van Marwijk

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