segunda-feira, julho 26, 2010

Brasil supera a Rússia e se isola como maior vencedor da Liga Mundial

Vitória sobre a Rússia garantiu ao Brasil o posto de maior vencedor da Liga Mundial
Vitória sobre a Rússia garantiu ao Brasil o posto de maior vencedor da Liga Mundial
Crédito da imagem: AFP

por ESPN.com.br


O Brasil venceu a Rússia na noite deste domingo por 3 sets a 1, com parciais de 25-22, 25-22, 16-25 e 25-23, e conquistou mais um título da Liga Mundial, se tornando o maior vencedor isolado da competição, com nove conquistas, uma a mais que a Itália. O time de Bernardinho precisou de 1 hora e 49 minutos para despachar o time europeu.

O ponteiro Dante foi a grande destaque da vitória brasileira, com 18 pontos e mantendo a calma e a liderança nos momentos mais difíceis. Outro que apareceu muito bem no time brasileiro foi o oposto Théo, que só foi titular por conta de uma lesão de Leandro Vissotto, mas conquistou 16 pontos. Do lado russo, Mikhaylov foi o grande pontuador, com 20 bolas na quadra brasileira e um saque muito forçado. Muserskiy também complicou muito o time de Bernardinho, principalmente no bloqueio, e também fez 16 pontos.

Entre os nove títulos na competição, oito foram sob o comando de Bernardo Rocha de Rezende. Ele é treinador da seleção brasileira desde 2001 e perdeu apenas duas Ligas Mundiais, curiosamente as duas realizadas em solo brasileiro, em 2002 e em 2008. Na primeira, os adversários eram justamente os russos, que fizeram 3 sets a 1, conquistaram seu único título da competição em pleno Mineirinho, em Belo Horizonte.

O título ainda volta a comprovar o bom trabalho feito na seleção brasileira de vôlei. Mesmo com a saída da maioria dos jogadores campeões olímpicos em 2004, como os levantadores Maurício e Ricardinho, os pontas Nalbert e Giovane, o oposto André Nascimento e o meio Gustavo, Bernardinho soube trabalhar com a renovação da equipe e chegou ao seu segundo título consecutivo com o elenco quase totalmente renovado.

A Liga Mundial de 2010 mais uma vez mostrou o crescimento dos novos grandes jogadores do Brasil, como Vissotto, um dos maiores pontuadores do Brasil na competição, Lucão, com um dos melhores saques da seleção, Mário Júnior, que teve a difícil missão de substituir o melhor líbero do mundo, Serginho, mas deu conta do recado e foi fundamental na semifinal contra Cuba, e Bruninho, que usou de seu entrosamento com seus companheiros de Cimed para distribuir bem o jogo. Além deles, o ponteiro Murilo voltou a mostrar sua qualidade e sempre apareceu nos momentos mais difíceis do time.

Por outro lado, os experientes Dante e Rodrigão apareceram muito bem na final da Liga Mundial, adicionando tranqulidade à juventude brasileira. O levantador Marlon foi outro que entrou bem quando o Brasil necessitou. Mesmo sendo mais novato na seleção, o levantador completa 33 anos nesta terça-feira e substituiu bem o titular Bruninho na fase decisiva. Giba também foi importante e manteve sua liderança mesmo do banco de reservas.


O jogo - Sem poder contar com Leandro Vissotto, que torceu o tornozelo esquerdo na semifinal deste sábado contra Cuba, o Brasil iniciou o jogo com Théo como oposto. Bernardinho também optou por promover a entrada do levantador Marlon. Ele havia substituído o titular Bruninho durante o último jogo e havia dado um ritmo melhor ao ataque brasileiro. A seleção ainda manteve Lucão e Rodrigão como meios, Mário Júnior como líbero, e Murilo e Dante como ponteiros, continuando com o badalado Giba no banco.

Contra o alto time russo, o Brasil começou errando muito pouco e chegou a abrir 11-7 no placar do primeiro set, mas acabou permitindo o empate. Apesar da reação, a Rússia cometia muitos erros na tentativa de forçar seu saque e não conseguia ter um ritmo melhor de pontos. Do outro lado, o ponteiro Murilo conseguiu encaixar uma boa sequência no serviço e os brasileiros conseguiram abrir 22-17, com dois ataques de Dante em bolas de cheque.

O primeiro set foi tenso até o final, com várias discussões entre brasileiros e russos em lances duvidosos. O Brasil soube aproveitar a vantagem que construiu e, mesmo com uma queda de rendimento no final, conseguiu fechar a parcial em 25-22, em um ataque de fundo de Murilo que, mais uma vez, apareceu em momento decisivo.

A segunda parcial foi ainda mais equilibrada que a primeira, com os times se revezando na liderança do placar e a igualdade persistindo até o 19-19. Foi neste momento que Bernardinho apareceu novamente. A inversão do 5-1 aumentou a rede, e a seleção brasileira conseguiu abrir vantagem de 22-19, com dois pontos seguidos de bloqueios. A partir daí, o Brasil apenas trocou pontos com os russos e, com um ataque de João Paulo, que havia entrado junto com Bruninho na inversão, fechou o set em um novo 25-22.

Precisando da vitória para se manter viva na briga pelo título, a Rússia começou forte o terceiro set e, com seu saque e bloqueio funcionando, chegou a abrir 15-8. Sem conseguir vencer o paredão russo na rede, Bernardinho promoveu as entradas de Sidão e Giba para tentar fazer seu time voltar à partida. A mudança não fez efeito, os europeus cresceram ainda mais na partida, acabaram atropelando o Brasil e fecharam em 25-16, em um erro de saque de Sidão. Foram oito pontos de bloqueio da Rússia neste set, contra apenas dois nas primeiras parciais.

Abalado, o Brasil começou o quarto set impaciente e sofreu com seus próprios erros, principalmente no saques, deixando a Rússia abrir três pontos de vantagem. A seleção só melhorou quando os jogadores passaram a vibrar mais dentro de quadra e o ponteiro Dante quebrou a sequência de erros no serviço brasileiro e virando a partida.

Mesmo assim, a seleção continuou errando muito e tendo dificuldade para virar suas bolas, deixando a Rússia abrir 20-16 e obrigando Bernardinho a queimar seus dois pedidos de tempo. Na segunda parada, quem apareceu bem foi o capitão Giba, que mostrou sua liderança mesmo do banco e deu uma chamada em seus companheiros. A vantagem veio com um bloqueio de Dante, e o título com um erro de saque do time russo.

Com a cabeça no lugar, Murilo não forçou seu saque e apenas colocou a bola na quadra Rússia, jogando a pressão para o adversário. Com três bloqueios, o Brasil voltou à partida e conseguiu fazer 21-20.

Nenhum comentário: