sexta-feira, abril 02, 2010

Heróico, Santa Cruz faz história e despacha o Botafogo em pleno Engenhão

Não é brincadeira de primeiro de abril, torcedor. O Santa Cruz jogou bem como na primeira partida com o acréscimo de ter acertado nas finalizações e venceu o Botafogo por 3x2 de forma dramática, nesta quinta-feira, no Engenhão, no Rio de Janeiro. O resultado credenciou os corais para as oitavas de final da Copa do Brasil, onde enfrentarão o Atlético-GO. O primeiro confronto será no dia 14 de abril, no Arruda. A segunda partida, uma semana depois, no Serra Dourada.

Os primeiros movimentos do jogo deram um indício das ambições dos dois times: o Santa tomaria a iniciativa e o Botafogo aproveitaria as bobeiras dos pernambucanos. Logo aos dois minutos, Édson Miolo acertou a rede por cima. Aos cinco, Joelson tomou a bola de Eduardo e só com Jefferson à sua frente, chutou fraco e rasteiro, o suficiente para o goleiro defender.

Mas quis o destino que o milagre do camisa 1 carioca virasse maldição num intervalo de apenas dois minutos. Num chute aparentemente pretensioso de muito longe, Leo contou com a falha de Jefferson para abrir o placar. O gol deixou o Botafogo visivelmente aturdido. O time do Rio demorou a trabalhar a bola, errando muitos passes, principalmente na transição do meio de campo para o ataque.

Ao Santa coube uma marcação bem postada no meio e até a possibilidade do segundo gol num bom contra-ataque, aos 12 minutos. Brasão foi lançado em condição legal, livrou-se de um marcador e chutou forte para Jefferson defender. Mas na primeira jogada que os passes saíram corretamente, veio o empate. Aos 20, Loco Abreu tocou de calcanhar para Lúcio Flávio. Ele cruzou rasteiro e Herrera entrou de carrinho para marcar.

Os tricolores não acusaram o golpe e partiram imediatamente em busca do desempate. Tanto que finalizou mais que o Botafogo. Em dois chutes, de Leo e Brasão, aos 24 e 26 minutos tiveram boas intervenções de Jefferson. A grande oportunidade veio aos 45 minutos. Brasão foi à linha de fundo e na trombada com Leandro Guerreiro, o árbitro marcou um pênalti bastante duvidoso. Elvis foi para a cobrança e Jefferson mergulhou no lugar certo, o lado direito, e fez a defesa.

Apesar de o empate lhe dar a classificação o Botafogo voltou para o segundo tempo com uma formação mais ofensiva. O técnico Joel Santana tirou o volante Eduardo para lançar o atacante Caio, passando a formação para um 3-4-3. Mas foi o Santa quem mostrou mais eficiência ofensiva no início. Aos sete minutos, Édson Milo lançou Elvis, em posição normal. O meia chutou forte e Jefferson voltou a salvar o alvinegro.

A retirada de um volante deixou o meio de campo tricolor mais livre para trocar passes e, como consequência, impôs maior volume de jogo. Além disso, ganhou a maioria dos rebotes. A superioridade quase transformou-se em gol aos 19, quando Dedé recebeu de Joelson e chutou para Jefferson tirar de ponta de dedo.

De tanto insistir, o destino sorriu para os pernambucanos. Aos 20 minutos, Brasão recebeu no lado direito da grande área e chutou rasteiro. A bola passou por baixo do corpo do até então inexpugnável Jefferson. Vendo a classificação escapar pelos dedos, Joel Santana foi para o desespero. Edno, atacante, entrou no lugar do meia Lúcio Flávio. Os donos da casa já estavam desarticulados e ficaram mais ainda.

A tônica era o desespero. E numa rara jogada inspirada, Somália cruzou para Herrera cabecear para baixo, aos 39. Parecia que o maior apuro seria esse. Só parecia. Um minuto depois, Herrera recebeu na entrada da área e confirmou sua posição de carrasco tricolor na Copa do Brasil ao chutar forte, no ângulo direito.

Aí foi a vez de Dado Cavalcanti arriscar tudo ao colocar Marcelinho e Souza nos lugares de Dedé e Souza. Deu certo. Aos 44, Elvis entrou sozinho na área e tentou duas vezes. A bola sobrou para Joelson chutar cruzado e Souza, quase em cima da linha empurrar para o gol vazio.

Ficha do jogo:

Botafogo: Jéfferson; Fahel (Fahel), Antônio Carlos e Danny Morais; Eduardo (Caio), Leandro Guerreiro, Somália, Lúcio Flávio (Edno) e Marcelo Cordeiro; Herrera e Loco Abreu. Técnico: Joel Santana.

Santa Cruz: Tutti; Wellington, Luiz Eduardo, Allyson e Edson Miolo (Marcos Mendes); Leo (Souza), Goiano, Dedé (Marcelinho) e Elvis; Joélson e Brasão. Técnico: Dado Cavalcanti.

Local: Engenhão. Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (DF). Assistentes: Renato Miguel Vieira e Ciro Chaban Junqueira (DF). Gols: Leo, aos sete e Herrera, aos 20 do primeiro tempo. Brasão, aos 20; Herrera aos 40; e Souza, aos 44 do segundo. Cartões amarelos: Fahel, Leandro Guerreiro, Leo, Brasão e Goiano. Renda: R$ 69.595. Público total: 4.911.

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