terça-feira, março 23, 2010

Brasão curte os louros da fama


Gols marcados diante do Náutico foram o suficiente para, definitivamente, dar a Brasão o status de ídolo
Decisivo no Clássico das Emoções, domingo, atacante foi o centro das atenções, ontem


Depois de calar os críticos e cair de vez nas graças da torcida do Santa Cruz, o atacante Brasão teve um dia que todo jogador de futebol gosta de ter. Ontem, o novo ídolo da torcida coral viveu momentos atípicos. Ele recebeu ligações da filha, parentes e amigos, que assistiram pela televisão os dois gols marcados por ele no Clássico das Emoções, quando o Tricolor bateu, por 4x2, o Náutico, no último domingo. Houve também o assédio dos torcedores, que foram até o Arruda prestigiar o atleta. A atuação de Brasão fez os últimos tricolores desconfiados, que chegaram a vaiar o atleta após alguns erros dele no duelo com os alvirrubros, renderem-se ao futebol do jogador.

Apesar de todo o assédio da Imprensa e da torcida, o atacante preferiu dividir todos os louros da vitória com os demais funcionários do clube. A cada entrevista que dava, Brasão citava todo o trabalho realizado pela comissão técnica, jogadores, dirigentes e quem trabalha nos bastidores, como as cozinheiras da concentração. “O dia não foi do Brasão e sim do Santa Cruz. Pelo jeito que o time atuou, nós não merecíamos sair de campo com uma derrota”, disse.


Segundo Brasão, não houve nem tempo para sentir direito o assédio. Desgastado por causa do clássico contra o Náutico, o atacante preferiu descansar. “Eu estava muito cansado. Nem tive tempo para sair de casa. Com a vitória de ontem (domingo), a gente descarregou um caminhão de brita das nossas costas. Nós sabíamos da importância do clássico para a torcida e para o clube, que não vencia uma partida dessas há muito tempo”, comentou.


Com 28 anos, o jogador, que passou por dez clubes na carreira antes de chegar ao Santa Cruz, disse que só na Índia, país onde atuou por quatro temporadas, houve uma empatia tão grande com os torcedores. Para o atacante, essa condição de ídolo, que o faz aparecer mais na mídia, também gera outros fatores, como uma cobrança maior por parte da torcida coral. “É uma responsabilidade que vou estar carregando. É preciso ter confiança, mas é importante dizer que o Brasão sem o grupo não é nada”, declarou.


Sobre a permanência no clube, Brasão mostrou-se bastante interessado em permanecer no Arruda. Com contrato em vigor até o término do Pernambucano e sem querer comentar muito a respeito, o jogador confirmou que já está conversando com a diretoria para estender o vínculo com o Santa Cruz. Desde o domingo, o atleta fala que ficará na Cobra Coral até o término da Série D. Quando questionado pelos repórteres até quando iria o contrato dele com o Mais Querido, ele respondeu, em tom de brincadeira, que ficaria mais dois, três anos, ou faria até “um contrato vitalício”.

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