sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Procura-se um atacante

Clube ainda não achou o seu "homem-gol" e aproveitamento dos centroavantes é de apenas 37,5% na atual temporada


Um certo cartaz pode começar a ser fixado dentro da sede do Náutico. Afinal, desde o início da temporada, "procura-se um homem-gol".

As recompensas para o finalizador nato, goleador, "matador" e detentor de denominações afins são as vitrines do Estadual, da Copa do Brasil e da Série B, um possível contrato de longo prazo e o afeto da torcida alvirrubra, saudosa por nomes recentes como Kuki, Gilmar, Acosta (o da primeira passagem, claro), Bruno Mineiro... para não falar do passado traçado por Tará, Bita, Baiano, Bizu, Fernando Carvalheira# e tantos outros. Hoje, os centroavantes Geílson e Rodrigo Dantas detêm maior responsabilidade para cumprir a função. Os atacantes Philip, Bruno Meneghel, Ithamar, Emanuel e Thiaguinho possuem papel mais secundário. Por enquanto, nenhum deles - à exceção de Carlinhos Bala, deslocado para a meia - ainda é digno do apreço e da confiança do público.


Se os gols de Bala forem levados em consideração, os atacantes timbus marcaram apenasseis vezes dentro da atual temporada - ínfimos 37,5% do total. Em caso de apresentação de Bala como meio-campista, a situação do setor ofensivo alvirrubro fica ainda mais crítica. Com um gol para cada, os atuais "artilheiros" do Náutico são Rodrigo Dantas e Ithamar. Pouco. Muito pouco para um clube com 25 artilharias do Campeonato Pernambucano - só atrás do Santa Cruz, hegemônico por 28 ocasiões.


Dois jogadores foram afastados da corrida pela recompensa. O prata-da-casa Fernando acabou retornando às categorias de base. O "carequinha" Élton pediu e teve o contrato rescindido. Dos remanescentes, Ithamar e Bruno Meneghel estão longe do condicionamento físico ideal e mal chegaram a atuar - o primeiro entrou no decorrer dos jogos contra Santa Cruz e Araripina , e o segundo só saiu do banco de reservas para enfrentar o Vitória. Philip, Emanuel e Thiaguinho são jovens apostas. Ainda carecem de muito pavimento para construírem uma carreira sólida. Rodrigo Dantas já saiu vaiado de campo. Geílson, contratado com status de "homem-gol", amarga um ingrato jejum.


O ex-treinador Guilherme Macuglia "quebrou" a cabeça para encontrar a formação ideal no ataque. Sempre reclamou da falta de contenção da bola no setor. Escalou um sem-fim de duplas diferentes. Na primeira partida sob o comando do Náutico, Alexandre Gallo optou por um trio de atacantes - avançou Bala para o lado de Philip e Geílson contra o Ivinhema. Mas o único gol favorável aos alvirrubros foi contra, marcado pelo zagueiro adversário Celinho.


Contra o Vera Cruz, às 17h do próximo domingo, nos Aflitos, em jogo válido pela 12ª rodada do Estadual, os atacantes timbus acionados entram em campo sob olhares de receio da torcida. A missão não serve apenas para iniciar uma ainda distante briga por artilharia, mas sim, fazer o time galgar colocações na tabela e se livrar da ingrata condição de possuir o sexto pior ataque da competição, com 15 gols. Momento oportuno para buscar a recompensa. Vale se apegar ao jargão "antes tarde, do que nunca".

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