quinta-feira, maio 14, 2009

Mãe para Marcos após os pênaltis: 'Filho, você quase me matou!'


Dona Antônia, Marcos e seu Ladislau em 2002. O pai do goleiro faleceu no ano passado


Apaixonada pelo Verdão, mãe de São Marcos sofreu na disputa de pênaltis contra o Sport e ela quer que ele fique mais dois anos no clube


A palmeirense Antônia Reis, de 71 anos, está acostumada a fortes emoções, mas disse que quase morreu do coração ao assistir pela TV às três defesas do filho em Recife, na última terça-feira à noite. Mãe do goleiro Marcos, ela acompanhou a decisão contra o Sport, pela Libertadores ao lado do filho mais velho Ladislau, em Oriente, a 496 quilômetros de São Paulo. As defesas do filho garantiram o Palmeiras nas quartas de final do torneio continental.


- Ele me ligou no caminho para o aeroporto de Recife. Não aguentei e disse: “Marcos, você quase me matou do coração”. Ele só riu e respodeu: “Eu imaginei, mãe” - contou ela ao GLOBOESPORTE.COM por telefone.

Na cidade natal do goleiro teve festa na madrugada de quarta-feira. As pessoas assistiram ao jogo em um telão no centro e gritaram muito o nome de Marcos. Ele dedicou a vitória à mãe, de quem herdou o amor pelo Alviverde, e ao pai, que era corintiano e morreu no final do ano passado.


- Ele sempre oferece. Às vezes ele quer oferecer e não ganha. Ontem [na terça] foi demais. Falei "Parabéns. Nesta semana vamos ouvir muito falar no seu nome". Quando o Sport marcou o gol (aos 36 minutos do segundo tempo), eu pensei “vai para os pênaltis”. Eu achei que não ia aguentar ver. Entreguei nas mãos de Deus. Rezei muito. Sempre peço para o Marcos não se machucar, ter segurança e ter trabalho. Não peço para o time ganhar porque tem que ganhar o melhor. A gente confia muito no Marcos. Durante o jogo, ele fez boas defesas e ficamos confiantes.

Dona Antônia compara a decisão nos pênaltis em Recife à emoção pela conquista da Copa do Mundo de 2002, quando o filho foi pentacampeão. Ela sonha em ver o Palmeiras na final da Libertadores, em São Paulo.


- Eu entendo de futebol. Sou muito esportista desde antes dele nascer. Eu jogava na loteria esportiva e já torcia para o Palmeiras. O resto da família virou a casaca.

Dona Antônia está do lado dos dirigentes do Palmeiras. Ela quer que o filho famoso jogue por mais dois anos no Alviverde e desista de se aposentar no final deste ano. Apesar do amor pelo Palmeiras, a mãe do titular do Palestra Itália acha que o filho deveria ter ido para a Inglaterra, jogar no Arsenal, em 2003.


- Era pra ter ido. Podia até já ter parado porque estaria bem de vida. Lá eles ganham melhor e jogam menos. Ele me disse sempre: “Não importa tanto o dinheiro, mas sim a felicidade".

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